Fizemos uma visita ao Terminal em Setembro de 2015, através da Universidade Tecnológica de Deflt, e é de facto impressionante pelo que resumimos neste artigo o que considerámos mais relevante. Do planeamento ao seu arranque demoraram cerca de 9 anos. Claramente foi necessário uma visão e estratégia conjunta, quer do Porto, quer do Operador e também do Armador, uma vez que pertencem ao mesmo grupo (Maersk). Demoraram 4 anos para o construir e colocar em Produção (ainda que não a 100% da sua capacidade) mas também porque foi preparado para poder ser expandido a vários níveis, desde o aumento das linhas férreas (atualmente 4 a poder duplicar para 8), das gruas (cranes) para o carregamento das barcaças (barges) arrancou com uma grua, já tem duas em produção após 6 meses e já têm encomendada uma terceira apenas para este modo de transporte. Em relação à intermodalidade, o terminal está preparado para receber camiões diretamente e carrega-los (descarregá-los) do parque, ou do navio. Permite receber comboios com 750m e 80 vagões (ou contentores) e ainda receber lateralmente as barcaças para transporte fluvial. Tudo isto para otimizar a operação dos navios de maior porte da Maersk. Quanto às gruas que operam estes navios, são as maiores e mais altas no mercado, e são operadas remotamente, ou seja, os operadores não estão nas cabines de comando nas próprias gruas, mas antes no centro operacional do terminal a controlar a sua movimentação através de software. Desta forma, é poupado tempo na substituição de operadores na mudança de turnos, e os mesmos não estão sujeitos a intempéries e forças G nos dias de tempestade com fortes ventos. Também os AGV (Automated Guided Vehicles) fazem todo o transporte dos contentores no interior do terminal de forma não assistida (sem condutor) sendo geridos também por sistemas de informação, movimentando-se em 6 pistas ao longo e em redor do terminal, com a ajuda de 4000 sensores colocados no piso. São completamente movidos eletricamente, através de uma bateria com 12 toneladas com autonomia de 8hrs. Existe também uma estação de alimentação de baterias totalmente automatizada para a recolha, carga e entrega de baterias aos AGV’s. É sem dúvida, uma obra de engenharia (de vários ramos) notável e que permite uma redução de mão-de-obra evidente, mas por outro um aumento de segurança e eficiência mas que obrigam a uma sistematização e planeamento de todo o “circuito” do terminal, para evitar ou minimizar a ocorrência e tratamento de exceções que podem atrasar ou colocar em risco o normal funcionamento do sistema. Manualmente são tratados ainda a alimentação dos contentores frigoríficos e o lashing dos contentores no navio, a alfândega está dentro do próprio terminal e após o scan à entrada dos contentores seleciona os contentores a inspecionar. Como outra inovação, foram criados também uns “racks” metálicos onde os contentores são estacionados temporariamente pelas gruas, e que são recolhidos assincronamente (noutro instante) pelos AGV’s e que desta forma permitem otimizar a movimentação dos mesmos que não tem que esperar pelas gruas, quer as da zona do parque, do navio, do rail e barges. [symple_spacing size=”20″]
Visita ao terminal APMT Maasvlakte II
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